sábado, 11 de julho de 2009

Felicidade: necessidade ou vício?

O que é afinal a felicidade?
Que raio de necessidade insaciável é esta
que nos afecta dos neurónios às unhas dos pés?
Que sede de mais é esta
que nos sufoca em cada ciclo ventilatório?
Que vício doentio é este
que nos alimenta e transforma em neuróticos?
A felicidade é uma necessidade ou um vício?
Quanto mais dela temos
mais queremos ter
e menos conseguimos valorizar do que deveras temos.
Se fomos felizes num momento especial
queremos um dia cheio de momentos muito especiais.
Se tivemos um dia cheio de momentos muito especiais
queremos um mês cheio de momentos muito especiais ao quadrado.
Se temos a sorte
de ter um mês cheio de momentos muito especiais ao quadrado
passamos a querer um ano repleto do triplo de momentos muito especiais.
E assim que somos abençoados
com um ano recheado com o triplo de momentos muito especiais,
claro está,
passamos logo a querer uma vida preenchida
com o quádruplo de momentos muito especiais.
Estamos permanentemente insatisfeitos
com o quociente de felicidade que a vida nos dá
depois de apurado o resultado da divisão
dos sorrisos e das lágrimas dos nossos dias.
O produto da multiplicação das nossas certezas e incertezas
é irremediavelmente motivo para a procura incessante
de uma nova quantidade infinita de felicidade.
Pergunto,
então,
na operação inversa de cada uma destas operações,
qual será o resultado que,
depois de subtraídas as divagações do nosso olhar
e as loucuras eufemizadas do nosso sentir,
conseguiremos somar aos dados lançados pelo destino?
Alguém tem uma máquina de calcular???????

1 comentário:

  1. Puh... Nunca fui muito má a Matemática, mas esta é demais... ;)
    Aprendi que a felicidade está na procura dela, ou melhor, nao precisamos de a procurar, apenas temos que abrir os olhos, porque estamos sempre rodeados dela, o que é preciso é dar-lhe a mao...

    ResponderEliminar