Faltam-me figuras de estilo para a interpretação de mim
Num compêndio de vida escrito em Braille sentimental.
Faltam adjectivos para caracterizar a antítese de um pensamento assim
E simplificar o meu paradoxo heterodoxo existencial.
Carrego no peito uma Pandora personificada,
Alegoria do bem e do mal.
Teia de fragmentos de uma história pouco encantada
E onomatopeia do meu espartilho intelectual.
Desta sinestesia em mim fecundada um dia
Brota diariamente uma hipérbole de sentimentos.
Filhos de pai eufemismo e mãe ironia
Rosto da invocação animista de alguns tormentos.
Sou um hipérbato de elementos reais,
Na perífrase do que afinal sou.
Sou alguém que ainda acredita em valores fundamentais...
Um ser com gostos esquisitos aos olhos de quem me criou...
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