Depois da escalada para o monte da verdade resolvi decifrar o enigma que caracteriza o meu ser. Aconselhei-me junto de alguns seres superiores que me ajudaram a fazer um raio x perfeito à coluna dorso lombar da minha alma. Imagem suficientemente nítida de uma assolapada virose que contraí ainda no ventre da minha mãe. Por vezes questiono-me acerca dos efeitos secundários associados a este meu problemazito existencial... serão esses efeitos maioritariamente benignos ou malignos? A verdade é que, analisando a olho clínico, nem sempre o diagnóstico deste puzzle eufemista se revela positivo. Há dias... E eu até já confidenciei ao mundo que, por vezes, nada mais sou que um ser meramente mortal. Mas depois também há as outras vezes, aquelas em que bebo da fonte da eternidade e brindo com os outros esta estranheza que é possuir em mim uma nascente que jorra cansaço em forma de palavras e pensamentos de todos os pontos e poros do meu ser. E é nesse intervalo de mim e entre mim mesma que, na avaliação final, afinal, sou feliz.
"O que há em mim é sobretudo cansaço. Não disto nem daquilo, nem sequer de tudo ou de nada: cansaço assim mesmo, ele mesmo, cansaço. (...) Porque eu desejo impossivelmente o possível, porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, ou até se não puder ser". - Fernando Pessoa
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