Bom dia noite, é Natal!
Acorda se ainda dormes,
sorri se ainda choras,
pois é Natal!
E eu escuto vozes trémulas que sussurram,
gritam-me baixinho "é Natal, é Natal, só falta mais um pouquinho"...
Mas no meio de tanta confusão ainda gostava de saber
qual será a causa ou a razão
para que um mundo parado tenha vontade de correr...
Tudo corre,
tudo sorri,
tudo canta pelas ruas...
Enquanto eu e talvez tu permanecemos por aqui.
Sabem,
encontrei a liberdade a chorar!
Ela corria, saltava, gritava.
Ela chamava, falava, suplicava.
Mas não valia a pena...
Ninguém ouve, ninguém sente,
toda a gente está aqui
e toda a gente está ausente!
E eu gostava de explicar
mas deixo a dúvida no ar...
Pois há um sentimento que não sente,
um ser estranho chamado gente...
Há algo de errado nesta ilusão,
neste sonho inacabado...
Igualdade já só por invenção
pois vivemos num planeta embalsamado.
Esta é uma verdade que o mundo finge desconhecer,
aquela que um dia preferiram esquecer.
E os direitos humanos,
inocente criança...
Mendigos de um simples olhar!
São caravela que navega sem rumo,
são o segredo de um tempo que demora a chegar...
Mas não chores, meu amigo,
não te escondas dos olhos de Portugal...
Abraça a esperança, teu abrigo,
limpa as lágrimas pois é Natal!
sábado, 18 de dezembro de 2010
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Sou. Quero. Sinto.
Sou como sou.
Sou assim.
Sou alguém.
Não sei ser diferente!
Estou aqui.
Estou sim.
Mas estou aquém!
Quero isto e aquilo.
Quero para ti e para mim.
Quero este pouco que é muito e que não é de ninguém.
Penso no ontem, no hoje e no amanhã.
Penso no que tenho, no que posso ter e no que já perdi.
Penso ora com alegria e vontade ora com tristeza e desdém.
Sinto aqui e além.
Sinto sem fim.
Sinto eu, sinto aqui, sinto sim!
Sinto aquém e além, sinto como sou, sinto assim.
Sinto por mim e por ti, mais ninguém.
Sou assim.
Sou alguém.
Não sei ser diferente!
Estou aqui.
Estou sim.
Mas estou aquém!
Quero isto e aquilo.
Quero para ti e para mim.
Quero este pouco que é muito e que não é de ninguém.
Penso no ontem, no hoje e no amanhã.
Penso no que tenho, no que posso ter e no que já perdi.
Penso ora com alegria e vontade ora com tristeza e desdém.
Sinto aqui e além.
Sinto sem fim.
Sinto eu, sinto aqui, sinto sim!
Sinto aquém e além, sinto como sou, sinto assim.
Sinto por mim e por ti, mais ninguém.
sábado, 6 de novembro de 2010
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Music is...
"I would say that music is the easiest means in which to express, but since words are my talent , I must try to express clumsily in words what pure music would have done better."
William Faulkner
William Faulkner
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Ser diferente
Às vezes canso-me de ser eu...
Ser eu implica ser alguém com um não sei o quê diferente.
E esse não sei o quê diferente implica sofrer com a desilusão dos que são iguais.
Mas se deixar de ser eu quem vou ser?
Diz-me tu, sábio pensamento meu!
Ensina-me a viver como quem não sente,
cativa-me para ser fiel discípulo teu!
Queria querer ser somente
mais um ser entre os demais,
e, proclamar,
de mão no peito,
uma igualdade indiferente à diferença dos desiguais...
(Era mais fácil ser como tanta gente neste circo de animais!)
Ser igual entre os diferentes nesta aventura que é viver,
se está certo ou errado não sei,
só sei que é um não sei o quê que limita, complica, e faz doer.
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares." -Fernando Pessoa
Ser eu implica ser alguém com um não sei o quê diferente.
E esse não sei o quê diferente implica sofrer com a desilusão dos que são iguais.
Mas se deixar de ser eu quem vou ser?
Diz-me tu, sábio pensamento meu!
Ensina-me a viver como quem não sente,
cativa-me para ser fiel discípulo teu!
Queria querer ser somente
mais um ser entre os demais,
e, proclamar,
de mão no peito,
uma igualdade indiferente à diferença dos desiguais...
(Era mais fácil ser como tanta gente neste circo de animais!)
Ser igual entre os diferentes nesta aventura que é viver,
se está certo ou errado não sei,
só sei que é um não sei o quê que limita, complica, e faz doer.
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares." -Fernando Pessoa
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Pedacinho de céu
Abri a porta ao coração
para receber uns raiozinhos de Sol...
Fui surpreendida, entretanto,
pela luz da razão - descobri o meu farol!
Renasci, dia após dia,
para mim e para o mundo,
libertei-me de um sentimento triste, doentio e corrosivamente profundo...
Abracei-me à vida, portanto,
e recuperei a âncora mágica que preciso...
Encontrei algo mais valioso que o ouro
e sigo, sem pressa, na busca de um bom porto para o meu sorriso.
(Mas será que mereço tal tesouro?)
A amargura de outrora deu lugar a uma nova realidade
e dentro de mim sinto agora o doce sabor da felicidade.
Tenho um pedacinho de céu
colorido com tons de ternura e cumplicidade.
É simples, é meu,
é um paraíso criado pelas mãos do amor e da amizade.
Reaprendi a vontade de partilhar sorrisos e momentos...
Rendi-me à pureza e à beleza de amar...
Já não vivo só de pensamentos
e pulsa em mim a vitória de voltar a acreditar.
para receber uns raiozinhos de Sol...
Fui surpreendida, entretanto,
pela luz da razão - descobri o meu farol!
Renasci, dia após dia,
para mim e para o mundo,
libertei-me de um sentimento triste, doentio e corrosivamente profundo...
Abracei-me à vida, portanto,
e recuperei a âncora mágica que preciso...
Encontrei algo mais valioso que o ouro
e sigo, sem pressa, na busca de um bom porto para o meu sorriso.
(Mas será que mereço tal tesouro?)
A amargura de outrora deu lugar a uma nova realidade
e dentro de mim sinto agora o doce sabor da felicidade.
Tenho um pedacinho de céu
colorido com tons de ternura e cumplicidade.
É simples, é meu,
é um paraíso criado pelas mãos do amor e da amizade.
Reaprendi a vontade de partilhar sorrisos e momentos...
Rendi-me à pureza e à beleza de amar...
Já não vivo só de pensamentos
e pulsa em mim a vitória de voltar a acreditar.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Dias
Há dias em que o nevoeiro nos invade o peito
tomando de assalto certezas e sonhos...
Turvando-nos a visão sem réstia de preconceito
e raptando com arte tudo aquilo que somos.
Perdemo-nos em amarguras cegas, surdas e mudas.
Rezamos terços, tentamos mezinhas e insanas promessas.
Rogamos, com fervor, mil e uma diabruras
ao mundo, aos santos, aos deuses e às musas.
(Sem pensar, sem medo ou pressas!)
Há dias em que a vida se torna assustadoramente cinzenta,
afastando a esperança de dias soalheiros por chegar...
O nosso eu vira miragem desfocada e pardacenta,
no vaivém das ondas que transportam o eco do nosso chorar.
Há momentos nesses dias que amordaçam a lucidez do pensamento,
encurralando-nos, à socapa, no labirinto camuflado da estupidez.
Perdemo-nos da luz, no imperceptível tic tac do tempo,
por culpa de erros cometidos a conselho da nossa insensatez.
Cansaço
Depois da escalada para o monte da verdade resolvi decifrar o enigma que caracteriza o meu ser. Aconselhei-me junto de alguns seres superiores que me ajudaram a fazer um raio x perfeito à coluna dorso lombar da minha alma. Imagem suficientemente nítida de uma assolapada virose que contraí ainda no ventre da minha mãe. Por vezes questiono-me acerca dos efeitos secundários associados a este meu problemazito existencial... serão esses efeitos maioritariamente benignos ou malignos? A verdade é que, analisando a olho clínico, nem sempre o diagnóstico deste puzzle eufemista se revela positivo. Há dias... E eu até já confidenciei ao mundo que, por vezes, nada mais sou que um ser meramente mortal. Mas depois também há as outras vezes, aquelas em que bebo da fonte da eternidade e brindo com os outros esta estranheza que é possuir em mim uma nascente que jorra cansaço em forma de palavras e pensamentos de todos os pontos e poros do meu ser. E é nesse intervalo de mim e entre mim mesma que, na avaliação final, afinal, sou feliz.
"O que há em mim é sobretudo cansaço. Não disto nem daquilo, nem sequer de tudo ou de nada: cansaço assim mesmo, ele mesmo, cansaço. (...) Porque eu desejo impossivelmente o possível, porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, ou até se não puder ser". - Fernando Pessoa
Saudade
Saudade é uma seta gélida que nos fere o peito.
Saudade é uma chama cruel que nos devora por dentro.
Saudade é um grito mudo gerado no pretérito perfeito.
Saudade é o nome de um sentimento imperfeito.
Saudade é um sorriso de dor.
Saudade é um parente do Amor.
Saudade é uma imagem sem cor
na tela onde a triste ovelha perdeu o seu pastor...
Saudade é uma chama cruel que nos devora por dentro.
Saudade é um grito mudo gerado no pretérito perfeito.
Saudade é o nome de um sentimento imperfeito.
Saudade é um sorriso de dor.
Saudade é um parente do Amor.
Saudade é uma imagem sem cor
na tela onde a triste ovelha perdeu o seu pastor...
Ode ao mar
O mar escuta os meus lamentos.
O mar faz-me sonhar.
Afaga todos os meus tormentos
e educa a minha forma de amar.
O mar é um ninho quando a vida me fere as asas
e um bálsamo quando o pensamento agoniza em brasas.
(Shhhhh! Escutem! Quão belo é este mar...)
O seu canto é o meu guia
e as ondas são o meu mapa
sempre que a noite me invade o dia
ou que atingem meu coraçãozinho de lata.
O mar é o meu hino de esperança,
o mar é o sol deste mundo à parte.
Alimenta a minha sede de mudança
e inspira em mim heterónimas centelhas de arte.
O mar faz-me sonhar.
Afaga todos os meus tormentos
e educa a minha forma de amar.
O mar é um ninho quando a vida me fere as asas
e um bálsamo quando o pensamento agoniza em brasas.
(Shhhhh! Escutem! Quão belo é este mar...)
O seu canto é o meu guia
e as ondas são o meu mapa
sempre que a noite me invade o dia
ou que atingem meu coraçãozinho de lata.
O mar é o meu hino de esperança,
o mar é o sol deste mundo à parte.
Alimenta a minha sede de mudança
e inspira em mim heterónimas centelhas de arte.
Palavras
As palavras são o meu amor perfeito!
Com palavras acordo, com palavras me deito.
Com palavras dou voz a este mundo moribundo que me bate no peito.
Com palavras moldo o meu abrigo, com elas adorno o meu leito.
Com as palavras pinto o mundo inteiro ao meu jeito.
Com palavras questiono, com palavras respondo a preceito.
E é com o poder das palavras que luto contra a malvadez do imperfeito.
O Amor é...
O amor é a presença invisível de um Sol radiante.
O amor é uma partilha de sentimentos constante.
O amor é o mestre e a razão no mundo dos sentidos.
O amor é um elixir mágico de sorrisos.
O amor é um musical feito de experiências que nos embala a alma.
O amor é uma maresia que inspira, fortalece e acalma.
O amor é a pauta onde está escrito este meu canto.
O amor é o meu Norte, o meu abrigo e o meu manto.
O amor é...
O amor és tu, inquestionavelmente, portanto!
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